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domingo, 29 de maio de 2011

South Coast (Parte 4): BRINCANDO COM CANGURUS NA PRAIA!!!

Demorou, mas finalmente saiu o melhor post da nossa viagem de Páscoa pela South Coast Australiana: nosso passeio por Merry Beach, Pretty Beach e Pebbly Beach, onde tivemos contato com cangurus soltos na natureza (nada de zoológico, cangurus no seu habitat natural!!!). O legal é que nos posts anteriores eu fiz tanta propaganda desse último post que teve gente que ficou me cobrando e reclamando que eu tava demorando demais prá postar!!! hehehe

Ao contrário dos posts anteriores da série, não vou escrever, colocar mapa, contar como foi o dia, etc, porque sei que todo mundo só vai querer saber de ver as fotos e vídeos dos cangurus... :-)

Os vídeos são a melhor parte, então vou começar pelas fotos:











AGORA SIM, OS VÍDEOS!

Esse primeiro é em Merry Beach, a primeira das três praias, e foi o nosso primeiro contato com um canguru (vivo, porque morto a gente tinha visto nesse post... hehehe). Eles tavam pertinho da gente e eu, que quase não gosto de animais, fiquei abobado de ver os bichos ali, de verdade, olhando a gente e saindo pulando:


O próximo também é em Merry Beach, mostra um grupo de uns 15 cangurus pulando pertinho da gente!!! Alguns param prá olhar, outros nem ligam prá gente, outros vêm pro meio da estrada... e a gente continua todo abobado de ver os cangurus assim tão de perto:


Depois fomos prá Pretty Beach, mas lá não tinha canguru. Em compensação, em Pebbly Beach, a última praia, foi ainda melhor que na primeira porque os cangurus não fugiam. Esse próximo vídeo foi já que chegamos à praia, tem uma menininha sem noção que espanta um canguru e tem um outro deitadão na areia tomando sol:


Minha primeira aproximação:


Outra aproximação, alimentando ele:


Aí chegou a vez da Mi, mas ela não teve coragem de passar a mão:


E assim terminou nosso passeio de Páscoa, da melhor maneira possível: numa praia lindíssima, com cangurus soltos e amigáveis!

PS.: O conceito de amigável de um canguru é bem diferente do de um cachorro ou gato, por exemplo. Os cangurus são animais selvagens e, como tais, não têm empatia pelo ser humano. Quando dizemos amigáveis significa apenas que eles não fogem da gente, não que eles abanam o rabo ou vêm lamber. Há poucos casos registrados de cangurus de estimação, e o mais famoso deles é o de Lulu, um canguru fêmea que veio avisar a família quando o seu dono foi atingido por um galho e ficou desmaiado na floresta (aqui a história é contada em detalhes).

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Como é ser artista de rua em Sydney

Esse post bem que poderia ser uma continuação do post que fiz chamado "O Show de Truman", porque é mais uma daquelas coisas que é difícil acreditar que é verdade.

Nos túneis dos metrôs do centro de Sydney tem bastantes músicos de rua, que sacam seu instrumento (tem de tudo, desde os mais básicos como violão e guitarra até alguns não tão comuns como harpa, violino e saxofone), estendem um pano no chão prá arrecadar moedas do povo e põem o talento à mostra.

Eu, como músico, naturalmente reparo na qualidade musical dessa negada e já vi muita gente boa, mas boa mesmo, com muito talento. Mas o senhor Joseph Trueman, que é o motivo desse post, é um caso à parte. É verdade que o cara chama atenção pelo vozeirão rouco e pela influência blues no jeito de cantar, mas tchan da coisa mesmo são os "apetrechos" dele.

A primeira vez que me dei conta estava na correria e achei que talvez tivesse me enganado, aí cheguei em casa e comentei com a Mi e ela me confirmou que também tinha visto: o cara tava cantando lendo as letras das músicas num IPAD!!! Tá aí a foto prá comprovar:



Claro que comecei a trocar ideia com ele. O cara é gente finíssima, ficou todo empolgado quando eu falei que também era músico e até me convidou prá tocar com ele qualquer dia... hehehe... Na despedida, outra surpresa: O CARA TEM CARTÃO DE VISITAS!!! Olha isso:

"Joseph Trueman, Professional Entertainer"... hauhauhauhauhauhauah

Então é isso: um músico de rua, tocando violão e cantando no túnel de um metrô, com um paninho no chão cheio de moedas, lendo as letras das músicas num Ipad e com cartão de visitas.

Depois dessa, acho que vou pedir demissão e me juntar a ele. Logo logo vou estar com iPad e cartão de visitas. :-)

domingo, 22 de maio de 2011

Três meses de Austrália

- 22 de Fevereiro de 2011, aeroporto internacional de Sydney, 2 da tarde: eu e Mi desembarcávamos em Sydney com um visto de trabalho e algumas entrevistas marcadas. E só.

- 22 de Maio de 2011, "nossa" casa (o apê é alugado, mas a casa no sentido de LAR é nossa... hehehe), meio-dia: Mi tá tomando banho e eu tô na frente do micro escrevendo esse post.

Três meses se passaram e as coisas correram muito melhor do que o esperado. Antes de vir eu tava preparado psicologica e financeiramente prá passar até três meses sem emprego, só fazendo entrevistas e correndo atrás. Depois disso eu tava esperando que iria levar até um mês prá achar um lugar bacana prá alugar. Tudo isso sem contar a adaptação à nova vida, que eu não tinha nem noção de quanto tempo poderia levar.


O que aconteceu foi bem diferente do planejado: arrumei emprego em menos de 24 horas (aqui eu contei como foi), alugamos nosso apê em 2 semanas e estamos completamente adaptados à vida em Sydney, sem contar que já tô no meu segundo trampo e tirando de letra o fato de ser um imigrante trabalhando em uma empresa local. Sem sombra de dúvida foram os 3 meses mais intensos das nossas vidas. Falo isso por mim e também pela Mi, que já me disse isso várias vezes. Meus 3 meses em Shanghai foram assim também, mas lá eu já tava numa puta mordomia, com tudo garantido: fui trabalhar pela empresa, que pagou hotel, alimentação, transporte e todo o resto. Aqui a coisa foi diferente: chegamos só com o visto na mão e a cara-de-pau (essa tá sempre junto... hehehe), então é tudo muito diferente e intenso.

Alguns dias antes de embarcar eu fiz esse post, listando as coisas das quais eu imaginava que iria sentir saudades e as que não fariam falta. Analisando essa lista três meses depois, posso dizer o seguinte:

- Família e amigos fazem muita falta, mas isso não precisa nem falar. --> FAZ MUITA FALTA

- Churrascos que duram o dia inteiro, chopp Brahma Black e arroz feijão da minha mãe fazem falta, mas não é tão complicado assim: conforme a turma de amigos for crescendo os churras vão começar a surgir; aqui tem uma cervejinha animal chamada Tooheys Old que substitui o Brahma Black à altura; e o arroz feijão da Dona Silvana faz falta, mas a gente come muito bem por aqui. --> FAZ FALTA, MAS NEM TANTO

- Pânico na TV, ver jogos do São Paulo e zoar corinthianos praticamente não fazem falta. Aqui as prioridades são outras e a gente acaba se desligando um pouco desse tipo de coisa. E os corinthianos a gente sempre pode zoar pelo Facebook, que já tá de bom tamanho. --> NÃO FAZ FALTA

- Tocar. Tá aí uma coisa que imaginei que ia ser de boa, mas faz MUITA falta. Preciso comprar um violão urgente!!! Já cheguei a sonhar que tava tocando piano e cantando num bar de Bariri onde sempre tocava. O pior é saber que só vou voltar a tocar piano quando voltar pro Brasil, porque comprar um teclado aqui é algo que não vou fazer, o foco aqui é outro. É foda. --> FAZ MUITA FALTA

- Bater uma bolinha é um item em que eu não pensei três meses atrás mas que vou adicionar agora à lista das coisas que fazem falta. No Brasil eu praticava três esportes: corrida, musculação e futebol. Musculação e corrida tô fazendo aqui, mas futebol ainda não joguei nesses três meses porque sem carro fica foda, então tá rolando uma certa abstinência... hehehe --> FAZ MUITA FALTA

Sobre as coisas que eu disse que não iriam fazer falta nenhuma, acertei em cheio (não precisava ser muito esperto): não sinto falta da violência, do trânsito caótico, da corrupção, do PT etc etc etc.


EM RESUMO: nesses 3 meses de Austrália, além do óbvio (família e amigos), tô sentindo falta de tocar e de jogar futebol. E só!!!

Tá bom demais prá quem veio começar uma vida do zero do outro lado mundo. Isso é mais uma prova de que o que sempre levo comigo tá certo: na vida a gente tem que sempre arriscar, deixar a preguiça de lado, ser cara-de-pau e plantar sempre coisas boas ao invés de reclamar de tudo e se acomodar às circunstâncias. O NÃO a gente já tem. Por que não arriscar? Vai que conseguimos um SIM...

E QUE VENHAM OS PRÓXIMOS TRÊS MESES!!! :-)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

South Coast (Parte 3): Goulburn e Tallong

DOMINGO

Domingo acordamos em Marulan e pegamos a estrada rumo a Goulburn. Até então estávamos seguindo o plano inicial da viagem, que era descer beirando o litoral até Berry, passar por Kangaroo Valley, depois por Goulburn e seguir até Canberra, a capital da Austrália.

Mas.... todo australiano com quem a gente conversou nos dois primeiros dias falou prá gente desencanar de Canberra porque lá não tinha nada prá ver a não ser o Parlamento e alguns museus. Legal prá quem gosta, mas não é o nosso caso. Quase todo mundo falou prá gente continuar nosso caminho pela costa sul porque era muito mais bonito e cheio de natureza, que é o que a gente curte. Alguns falaram até sobre uma região onde poderíamos ver cangurus aos montes e até brincar com eles. Aí apelou né... Belas paisagens, praias e ainda por cima cangurus prá brincar???

Decidimos que só iríamos até Goulburn prá conhecer a cidade rapidinho (já que estávamos perto) e depois voltaríamos todo o caminho de Kangaroo Valley prá pegar de novo a estrada que desce a costa sul e seguir adiante em busca dos "cangurus amigáveis". E FOI A MELHOR COISA QUE FIZEMOS!!! No próximo post, o da segunda-feira, vai dar prá ver porque... :-)

Voltando ao domingo... em Goulburn não ficamos nem vinte minutos, mas pelo menos deu prá tirar essas fotos animais das árvores coloridas pelo chegada do Outono:


Pegamos o caminho de volta e nossos próximos destinos foram os pontos de observação de Tallong: Long Point Lookout e Badgery's Lookout. Antes disso, uma surpresa: VIMOS UM CANGURU PELA PRIMEIRA VEZ!!!

Mas tava morto... hahaha! Tadinho, foi atropelado ao cruzar a estrada. Isso é muito comum por aqui. Ele tava na beira da estrada, assim como o Wombat do post anterior:


De qualquer forma, já tava melhorando: no sábado vimos um de metal, no domingo um de verdade, só que morto...

Continuando nossa peregrinação, chegamos ao Long Point Lookout, em Tallong. Esse lugar foi foda. A gente chegou e ficou mais de um minuto sem falar nada, só olhando. Foi sem dúvida a vista mais bonita da viagem inteira e uma das mais lindas que vi NA VIDA:




Depois de Long Point, Badgery's teria que ser muuuuuuuito foda prá nos impressionar, e não foi. É muito legal, alto prá caramba, vista massa e tals... mas Long Point põe no chinelo. Seguem a foto e o vídeo de Badgery's Lookout:



Era pouco mais de meio-dia e a gente decidiu que era hora de pegar a estrada rumo ao sul prá chegar o mais perto possível das "praias dos cangurus". Andamos bastante e conseguimos chegar até Bawley Point, onde dormimos. Um pouco antes de chegar a Bawley vimos a seguinte placa:


Seria um sinal do que estava por vir? :-)

No próximo post tem CANGURU PRÁ TUDO QUE É LADO! Finalmente encontramos cangurus de verdade - e vivos!!! hehehe... As praias de Pretty Beach, Merry Beach e Pebbly Beach são cheias de cangurus que não têm medo de humanos e deixam a gente BRINCAR E ALIMENTAR!!!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

South Coast (Parte 2): Kangaroo Valley e Fitzroy Falls

O SÁBADO

Acordamos Sábado em Berry e a Mi quis experimentar dirigir na mão inglesa. Como a cidade é bem pequena e tranquila, decidi arriscar... hahaha. Achei que ia me divertir com os erros dela mas ela mandou bem...


Depois do rolezinho por Berry, decidimos mudar a direção do trajeto. Nada de ir pro Sul: fomos em direção ao interior da Austrália, prá Kangaroo Valley, uma cidade (tá mais prá vilarejo) turística que é uma puta pegadinha. O lugar é legal, acolhedor, tem vários cafés e um comércio bacaninha, voltado totalmente pro turismo... MAS SÓ TEM CANGURU NO NOME!!! O cara que batizou a cidade tá de parabéns, era um puta de um marqueteiro, foi muito esperto. Todo o potencial turístico do lugar se deve unicamente ao nome, que atrai um monte de manés (COMO EU), que vão prá lá achando que vão ver canguru por todo lado. O único canguru que vimos foi um de metal em uma fazenda... hahahaha

Pegadinha do Malandro...

Mas a passagem por Kangaroo Valley valeu a pena, porque conhecemos a Three Views Trail que, como o nome diz, tem três trilhas prá serem feitas, cada uma levando prá um ponto de observação diferente:


A trilha que fizemos, de 3,4 km, é a menor e foi bem tranquila, nos levando morro acima a um penhasco com uma vista animal. Ficamos sozinhos lá mais de meia hora só curtindo aquele monte de paisagem. Prá variar, as fotos não foram suficientes prá beleza da vista, só mesmo com um vídeo prá se ter uma noção melhor...



Só tinha a gente lá no topo, essa foto foi tirada com a câmera apoiada em uma pedra

Ainda em Kangaroo Valley, tinha essa ponte que tem algum significado histórico (não tenho a mínima ideia do que seja) e é bem legal, bem rústica, toda de madeira, e um clube bem chique com campo de bocha (aqui esse esporte é bem popular) numa parte alta da cidade, onde paramos prá tomar uma brejinha de leve.


Continuando nosso caminho rumo ao interior, visitamos uma represa meia boca cujo nome não lembro e descobrimos um novo animal tipicamente australiano: o Wombat. Primeiro vimos uma placa com o desenho do bicho. Descobrimos o nome dele através de outra placa que dizia "Cuidado, há Wombats atravessando a pista nesse trecho" e fomos no celular perguntar pro Google o que ele dizia sobre o tal do Wombat. Descobrimos que ele é um bichinho mansinho, bem lento, que tem hábitos noturnos e que não enxerga bem, sendo por isso frequentemente atropelado ao cruzar estradas. Alguns quilômetros depois comprovamos que o Google tava certo mais uma vez: achamos um Wombat morto na beira da estrada. Deu um puta dó ver aquele bichinho com cara de inofensivo e patinhas pequenas todo duro e imaginar que ele tinha sido atropelado. Fazer o quê, não?

 Primeiro o aviso...

...depois a comprovação.

Represa X (vai saber o nome dessa bagaça...)

A última surpresa do dia ficou por conta das Fitzroy Falls. Vamos logo prá foto e pro vídeo, que são o que interessa:

(Foto retirada da Internet)


A essa altura já eram mais de 5 da tarde e o frio já tava judiando, tratamos de ir atrás de algum lugar prá dormir. Em Bundanoon, uma cidadezinha zoada ali perto (chamar de vilarejo é elogio...), tinha 4 hotéis e todos tavam lotados. A cidade tinha mais hotel do que casa e mais turista do que morador. Só serviu prá perder tempo. Por fim fomos dormir em Marulan, onde achamos um lugar bem bacana e onde eu aprontei essa com a Mi.

No próximo post, nossa ida relâmpago a Goulburn e nossa subida aos dois pontos de observação mais famosos da região (em um deles ficamos sem palavras por mais de um minuto ao chegar, foi a melhor vista de todas). E depois vem, finalmente, o último post, contando como foi nossa segunda-feira brincando com cangurus na areia da praia de Pebbly Beach!!!

domingo, 8 de maio de 2011

South Coast (Parte 1): Dirigindo na mão inglesa e a Grand Pacific Drive

O nosso feriado de Páscoa aqui durou 5 dias: sexta-feira santa, sábado, domingo, segunda foi Anzac Day e terça foi o domingo de Páscoa (na Austrália os feriados que caem no domingo vão prá segunda - nesse caso foi prá terça porque segunda já era outro feriado - e os que caem no sábado voltam prá sexta). Nada melhor do que sair prá explorar a região ao redor de Sydney.

Alugamos um carro no esquema particular, que saiu bem mais barato do que alugar com as grandes companhias. Com as grandes sairia em torno de 350 dólares por quatro dias, com o cara que eu achei na net saiu por só 180 dólares, sedan completo, com ar, direção hidráulica, transmissão automática e GPS. Fechamos com ele prá pegar na sexta de manhã e devolver na terça de manhã. A ideia era pegar a estrada na sexta e voltar prá Sydney segunda a tarde prá devolver o carro com tranquilidade na terça de manhã.

Como a gente viu muita coisa, bateu muitas fotos e fez muitos vídeos, vou dividir em 4 posts, cada um contando como foi cada dia (ideia roubada do blog da Diangela, que a propósito é muito legal e eu recomendo).

PS.: Já adianto que o melhor post vai ser o do último dia, porque foi quando brincamos com os cangurus na areia da praia de Pebbly Beach. Eles são muito bonitinhos, mansinhos e engraçados demais quando saem pulando. As fotos e vídeos estão muuuuuuuito da hora... :-)


A SEXTA-FEIRA

Nesse primeiro post da série vou contar como foi nossa sexta-feira: o desafio de dirigir na mão inglesa pela primeira vez, a lindíssima pista Grand Pacific Drive e a cidade de Wollongong, que é bem legalzinha e tem o Otford Lookout, que tem uma vista animal. Se clicar na foto ao lado vai dar prá ver o mapa inteiro em outra janela e assim ter uma noção melhor do nosso trajeto no primeiro dia.

Dirigir na mão inglesa pela primeira vez É FODA. Logo acostuma, mas no começo é complicado. Perdi as contas de quantas vezes bati a mão direita na porta buscando o câmbio prá mudar de marcha. Dar seta então era comédia: quase toda vez eu ligava o limpador de pára-brisas ao invés da seta. E o inverso também aconteceu: quease toda vez que começava a chover e eu queria ligar o limpador, saia dando seta prá todo lado que nem louco.... huahauhau... Outra coisa que acontece bastante é pender o carro prá esquerda. Estranho, mas demora prá gente ter noção do tanto de carro que tem à nossa esquerda, porque estamos acostumados a estar sempre na borda esquerda do carro. Quem sofreu com isso foi a Mi, que toda hora assustava porque eu tava saindo pro acostamento... hauhahauhua

Dirigindo na mão inglesa pela primeira vez (e já fazendo merda...)


Pegamos a direção Sul pela Grande Pacific Drive, uma pista que passa pela costa, rente ao mar, e por isso proporciona belas vistas. A primeira foi o Otford Lookout, que resultou nesse vídeo muito massa:



Depois veio a melhor parte: aquele famoso trecho de pista em S que vai por cima do mar. Ele tem uma passarela prá caminhar ao lado e curtir a sensação de estar bem em cima do oceano. Nada melhor do que fotos e vídeos prá explicar o que eu quero dizer...




Mais um daqueles lugares que não dá prá só tirar fotos, tem que filmar

Uma coisa curiosa é que a grade de proteção da passarela é cheia de cadeados com declarações de amor, alguns deles com mais de 30 anos:



Continuamos rumo ao Sul e chegamos a Wollongong. A praia é bem legalzinha, com um parque cheio de gente fazendo picnic e crianças brincando prá lá e prá cá.




Seguindo nosso trajeto sempre rumo ao Sul, chegamos a Berry, uma cidade bem pequena (1500 habitantes) e acolhedora, cheia de turistas, e dormimos por lá.

No próximo post, a cidade-pegadinha Kangaroo Valley, a cachoeira Fitzroy Falls, os Wombats e a nossa trilha montanha acima pela Three Views Trail, com vistas espetaculares na borda do penhasco.

sábado, 7 de maio de 2011

Mami...Você é essa Coca-Cola Toda pra mim!!!!! (by Emili)

Mami!

Sei que estou longe esse ano...E claro que eu gostaria de estar perto! Porém..a vida vai nos dando algumas surpresas!

A surpresa que eu tive foi ter uma oportunidade única de ter essa experiência no exterior. Sei também que no começo você não gostou disso, mas quero que saiba que só de ter deixado eu vir para cá mesmo contra a sua vontade, você me deu o maior presente que eu podia ganhar!

Pra mim, isso traduz exatamente o que é ser mãe...! A vontade é que os filhos fiquem por perto sempre...mas ao mesmo tempo, a mãe sabe que mais cedo ou mais tarde é necessário para o seu crescimento que eles voêm! Obrigada por me deixar voar!!!!

FELIZ DIA DAS MÃES!!!

O vídeo abaixo eu vi na internet e traduz exatamente o que eu queria dizer! Então aí vai:



sexta-feira, 6 de maio de 2011

Parabéns, coisa linda!!!

Hoje, 7 de Maio, é o aniversário de 28 anos da Mi. Já disse aqui uma vez que ela é a mulher mais equilibrada, sensata, responsável e atenciosa que já conheci. Disposta sempre a conversar ao invés de brigar e a agir ao invés de reclamar, ontem (6 de Maio) fizemos 8 meses de namoro e até hoje nunca brigamos - nem chegamos perto disso.

Por ser essa pessoa maravilhosa e por fazer a minha vida mais feliz e completa, parabéns!!!

Meu presente de aniversário é esse videozinho que eu fiz em um hotel na nossa viagem de Páscoa pela South Coast australiana. É sacanagem, mas é com amor... hehehe


Foi mal, linda, mas esse eu tinha que postar. Amo você! :-)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Ambiente de Trabalho na Austrália

Bastante gente me pergunta como é trabalhar aqui. Basicamente as mesmas perguntas que eu fazia antes de chegar: Os australianos são mesmo relaxados com relação ao trabalho? São gente boa? Ajudam quando a gente pede? Têm paciência com quem acabou de chegar e ainda não tá acostumado com o sotaque? Ganha-se bem mesmo ou é historinha? E por aí vai...

Esse post é prá tentar responder algumas dessas perguntas. Embora eu esteja aqui há apenas 2 meses e meio, já deu prá perceber muita coisa.

A empresa onde trabalho é uma consultoria que conta com aproximadamente 200 funcionários e tem sedes em Melbourne e Sydney. Ela segue exatamente a cultura local de trabalho, baseada na famosa frase australiana "No Worries, Mate" (algo como "desencana, cara"): não há cartão de ponto, todo mundo está (quase) sempre de bom humor e fazendo piadas, entra às 8 e sai às 5 (se fizer horas a mais depois folga ou recebe hora extra, mas é bem difícil acontecer, os próprios gerentes não estimulam horas extras), as pessoas se cumprimentam, perguntam de onde você é, onde mora, o que fez no fim de semana...

É um ambiente extremamente agradável de se trabalhar, muito parecido aos que eu tinha no Brasil quando trabalhava na Ericsson, na Kaizen, no Venturus e na MicroMidia. Todo mundo se respeita e se ajuda sempre que necessário. No começo eu apanhava um pouco prá entender algumas coisas (o sotaque australiano é foda), mas todo mundo sempre foi muito prestativo com relação a isso.

Outro ponto interessante é a miscigenação: o grupo conta, além dos australianos, com um chinês, uma mexicana, um taiwanês, 2 indianos, um vietnamita e um ucraniano, o que ajuda muito com relação ao respeito mútuo e à igualdade de tratamento, já que todo mundo tá acostumado com estrangeiro.

Também é bem legal o modo como se lida com atrasos e problemas, principalmente por parte dos gerentes. Mesmo quando nosso grupo está com o trabalho atrasado, nossa reunião diária no começo da manhã é sempre light e a gerente está sempre de bom humor, inclusive quando o assunto é o atraso do projeto. Isso não tinha no Brasil - só na MicroMidia, é ou não é João Gomes??? :-)

Quinzenalmente temos reunião geral de todos os grupos do projeto e são distribuídos chocolates pro três membros que mais se destacaram nos últimos quinze dias (eu ganhei essa semana!!!). É um momento de descontração, que ajuda a fortalecer a unidade do grupo.

Temos até um pequeno grupo de corrida (pequeno MESMO: eu, minha gerente e outro desenvolvedor) que toda terça e quinta faz uma corrida de mais ou menos meia hora nos bairros em volta da empresa na hora do almoço. Depois é só tomar banho no banheiro do subsolo e voltar pro trabalho com a cabeça renovada. Além de fazer bem prá caramba pro corpo e prá mente, serve como networking - já tô brother da minha gerente graças à corrida! hehehe... Semana que vem já marcamos a "Pub Run" na terça, que é meu aniversário: vamos parar em todos os pubs durante o trajeto prá tomar uma breja. Tem quatro pubs no total, quero ver prá trabalhar à tarde... hehehe.

Mas tem uma coisa que é bem diferente quando comparamos com o Brasil e que, no meu ponto de vista, é negativa: aqui não tem o famoso "cafezinho". Você senta no micro de manhã e vai até o almoço, almoça, volta pro micro e vai até o fim do expediente. As conversas ocorrem quando você vai tomar água ou vai ao banheiro, mas nunca duram mais do que alguns minutos. Não tem aquele café relaxado de 15 minutos que todo mundo faz no Brasil às 10 da manhã e às 3 da tarde.

Acho isso negativo porque no cafezinho a gente conhece melhor os outros, fortalece laços de amizade, faz networking e troca experiências e dicas sobre o trabalho. Enfim... nem tudo é perfeito, mas tá ótimo como está.

E finalmente sobre a grana, posso dizer o seguinte: se você quiser se sentir realmente valorizado profissionalmente, venha prá cá. Dá prá ganhar muito dinheiro, basta querer e correr atrás.

Aliás, tudo na vida é assim. Basta parar de reclamar, levantar a cabeça, tirar a bunda da cadeira e correr atrás.

domingo, 1 de maio de 2011

O Show de Truman

O Show de Truman é um filme muito massa de 1998 em que o Jim Carrey, o protagonista, faz o papel de um homem que vive em um reality show sem saber. Ele é o centro do programa e tudo à sua volta é encenado: sua família, seus amigos, a cidade em que ele vive, tudo é perfeitamente coordenado de modo que ele não descubra o que está se passando e ache que aquilo é a vida real. Sua vida toda foi assim e o programa é um sucesso de audiência no mundo todo.

Como tudo é montado e encenado, as coisas são todas "perfeitinhas": o trânsito é tranquilo, as pessoas são amáveis, respeitosas, educadas e estão sempre sorrindo, o céu está sempre azul, não há violência, não há brigas, não há corrupção, a cidade é cheia de verde e de pássaros cantando por todo o canto.

Nesse pouco tempo em que estamos aqui em Sydney não foram poucas as vezes em que eu e a Mi comentamos que parecia que estávamos vivendo no show de Truman. Claro que é exagero, já que Sydney é uma cidade muito grande e, como tal, obviamente tem lá suas mazelas: mendigos no centro, assaltos em bairros afastados, brigas entre comunidades por motivos étnicos, várias pichações espalhadas pelos prédios da cidade, assassinatos, acidentes de trânsito... Mas tudo em pequena quantidade. Tem também a velha história do sistema de transporte público, que não é ruim, mas poderia ser bem melhor considerando-se a importância da cidade e a quantidade de dinheiro arrecadada diariamente. Mas é só.

A cidade é limpa e organizada, com ruas bem sinalizadas e sempre limpas, e a maioria dos cruzamentos é acessível para portadores de deficiência.

 Cruzamento com acesso para cadeirantes


Não há poluição alguma, o céu está sempre azul ou nublado. Parece o céu de Bariri, minha cidade natal, de 30 mil habitantes, interior de São Paulo. Dá prá ver o sol, a lua, as nuvens, as estrelas... Bem diferente de São Paulo.
 
Ruas limpas, céu azul...


Há parques aonde quer que se vá, todos extremamente bem conservados, cheios de verde e de pássaros. Alguns são absurdamente grandes, como é o caso do Royal Botanic Garden, que tem uma área total de 30 hectares, ou seja, TREZENTOS MIL METROS QUADRADOS. Nele tem até uma pequena horta com um espantalho - quanto tempo isso duraria em São Paulo sem ser depredado? Num outro parque, o Sydney Park, tem uma pistinha prá criançada andar de bicibleta, patins etc. Até aí nada de novo... mas o interessante é que a pistinha é toda sinalizada, exatamente como se fossem ruas reais, prá criançada já aprender como o trânsito funciona. Tem até semáforo!

E os semáforos funcionam, se clicar na imagem prá abrir em tamanho real dá prá ver


As pessoas são solícitas, estão sempre prontas prá ajudar e não economizam sorrisos. É só parar numa estação de metrô prá olhar os mapas que aparece gente perguntando se você tá perdido, se precisa de ajuda e tals. Uma noite a gente ficou desacreditado: eram umas 8 da noite e a gente tinha descido do trem numa estação bem vazia, íamos ver uma máquina de lavar usada prá comprar. Entramos na rua errada, pedimos ajuda prá uma moça, a única pessoa na rua além da gente, e ela falou que não sabia onde era o lugar que procurávamos mas pegou o celular na hora e foi ver no GPS prá tentar ajudar! Ficamos uns 3 minutos olhando os mapas no celular dela! Ela tava SOZINHA, ajudando um casal de DESCONHECIDOS às 8 da noite em uma RUA VAZIA E ESCURA!

Mas não parou por aí. Pelo GPS dela vimos que a gente tava na direção errada, aí voltamos pro outro lado e perguntamos prá um carinha se ele sabia onde era a tal rua, ela falou que não conhecia. Demos a conversa por encerrada e continuamos andando de boa. Meio minuto depois ele gritou de longe prá gente: "É ESSA AQUI!" Ele tinha ido ver no celular e gritou prá confirmar prá gente que estávamos no lugar certo! Na hora eu e a Mi olhamos um pro outro e comentamos: "Show de Truman!"... hauhauhauhahuahua

A cidade é extremamente segura. Há assaltos, há brigas, há bêbados, há assassinatos, há acidentes de trânsito, afinal é uma cidade com 4 milhões de habitantes. Enfim... há violência, como em qualquer grande cidade do planeta, mas é mínima e na esmagadora maioria dos casos é nos bairros mais afastados. Sem contar que não é preciso fechar o vidro do carro ao parar no semáforo, mesmo que seja madrugada, e isso já é fantástico.

O trânsito é tranquilo, não tem congestionamentos colossais como os de São Paulo. Nos horários de rush é claro que o trânsito flui um pouco mais lento, mas nada fora do normal. Os motoristas em geral são educados e pacientes: não ficam buzinando o tempo todo, xingando e mandando-se um ao outro para a pqp. Também dão lugar se você dá seta prá mudar de faixa. Parece pouco, mas já é beeeeeem diferente de São Paulo. Resumindo: salvo raras exceções, ninguém se sente mais poderoso e se acha o Stallone quando assume o volante.

No nosso caminho pro centro (eu pro trabalho e a Mi pro curso de inglês) a gente vai de esteira rolante (pública) e não precisa enfrentar a forte subida que leva até a estação de trem. Leva uns 4 minutos prá vencer 700 metros de subida e tudo o que a gente precisa fazer é subir na esteira e ficar parado. Fiz um videozinho de lá numa quinta à noite, às 22:30:

É ou não é coisa do Show de Truman?


E tem uma coisa que, prá mim, é o mais importante de tudo e que faz toda a diferença quando comparamos a Austrália com o Brasil: o índice de corrupção aqui é um dos mais baixos do mundo segundo a Nation Master: nono lugar, com nota 8,8 (de 0 a 10). O nosso querido Brasil está na 62a posição, com nota 3,7, pior que países como Namíbia, Colômbia, Kuwait e Trinidad e Tobago. No meu ponto de vista, isso, somente isso e mais nada, é o que fez da Austrália "o Brasil que deu certo". Não fosse a corrupção dos nossos queridos políticos brazucas, o Brasil seria como a Austrália, e nada tira isso da minha cabeça.

Sydney não é perfeita como o Show de Truman, mas é o lugar mais próximo dele que já vi. Talvez quando eu conhecer o Canadá ou a Suécia mude de ideia, mas por enquanto Sydney é o "meu" Show de Truman.

Ah, e prá quem não assistiu o filme, recomendo forte, é obrigatório prá quem curte cinema. :-)