Vim pro Brasil passar Natal e Ano Novo com a família e uma coisa que não me saía da cabeça desde que cheguei era qual seria o post especial de fim de ano. Estava sem ideias, mas foi só tomar o primeiro gole de Brahma que a ideia veio de imediato - não pelo efeito do álcool, mas sim pelo sabor da cerveja. Com um churrasco atrás do outro, muita Brahma pra baixo e uma saudade cada vez maior das cervejas australianas, a ideia ganhou força e virou esse post. :)
Essa imagem está longe da realidade. Leia o post completo e vai entender... ;) |
Pode parecer esnobe e exagerado, mas quem me conhece sabe que não tenho disso - é simplesmente a mais pura verdade. Pra efeito de comparação: a Heineken, que no Brasil é considerada forte e saborosa, na Austrália é, pra grande parte dos apreciadores, uma das que sobram na geladeira.
Assim como tudo que tem um sabor novo e "desafiador", não é amor à primeira vista, mas depois que o paladar se acostuma não tem mais volta. Nas minhas primeiras semanas de Austrália, lá em Fevereiro e Março de 2011, eu também achava as cervejas locais muito fortes, mas foi só questão de tempo pra me acostumar. Lembro certinho de quando fomos jantar em um restaurante brazuca depois de uns 6 meses morando em Sydney e, ao pedir uma Skol e beber o primeiro gole, ter aquele momento de dúvida: "será que tá tudo certo com essa cerveja? Parece que diluíram em água, tá estranho isso aqui!" Cheguei a trocar uma ideia com o garçom, que era australiano, e ele me disse que era apaixonado pelo churrasco brasileiro, mas não gostava das cervejas, que eram "too watery" (muito aguadas) pra ele.
Um detalhe interessante: o teor alcoólico é o mesmo das cervejas brasileiras, sempre variando entre 4 e 5%. O que muda são os ingredientes e o modo de preparo.
Cerveja mais consumida por estado |
A variedade é outro ponto positivo. Não bastassem as inúmeras opções de cervejas locais, o número de importadas que são fabricadas localmente e, por conta disso, podem ser encontradas com facilidade e com os mesmos preços das locais também é grande: Peroni (italiana), Asahi (japonesa), Heineken (holandesa), Guinness (irlandesa), Beck's (alemã), Stella Artois (belga), Kirin (japonesa), Carlsberg (dinamarquesa), Birra Moretti (italiana), Corona (mexicana), Budweiser (americana), Hoegaarden (belga), Leffe (belga), Kilkenni (irlandesa), Miller (americana), Grolsch (holandesa)... e a lista continua com outras marcas não tão famosas.
A maior fabricante de cervejas da Austrália é a Lion, que é responsável pelas principais marcas de cerveja do país. O stand da foto abaixo, parte de uma campanha publicitária bem massa da Lion, foi montado em pontos de ônibus espalhados pelo país. A campanha, chamada "Beer, The Beautiful Truth", tem como principal fator de venda o fato de que a maioria das cervejas manufaturadas pela Lion é, em média, 99.9% livre de açúcar. O site da campanha, que conta com informações sobre o processo de fabricação das cervejas, quizzes e vídeos, pode ser visitado AQUI. Vale a pena uma espiada, tem muita informação interessante.
No entando, a Lion, mesmo com toda essa variedade, está longe de ter um monopólio como o que a Ambev tem no Brasil, por exemplo. Separei algumas imagens que mostram bem o número de opções por aqui:
Diferentes opções numa LiquorStore
Aqui a continuação do freezer da foto anterior, na mesma LiquorStore
Pesquisa online sobre alguns dos tipos de cerveja que é possível encontrar no país
Continuação da pesquisa, com outra lista de cervejas
A segunda maior fabricante é a Foster's, que recentemente mudou de nome pra Carlton & United Breweries. Uma curiosidade interessante sobre a companhia é que eles fabricam a Foster Lager, a cerveja australiana mais conhecida globalmente e que foi, em 2005, uma das dez cervejas mais vendidas no mundo, mas que é praticamente inexistente no mercado local (eu mesmo nunca experimentei, já que nunca vi uma pra vender em Sydney ou em qualquer outra cidade australiana que visitei).
Pra quem estiver no Brasil e quiser experimentar, pesquise no Google por "cervejas australianas no Brasil", dá pra achar algumas importadoras que vendem no país. A variedade é pequena, mas já dá pra ter uma noção do sabor.
Abraço a todos e valeu por mais esse ano de blog! Feliz 2016!