Não precisa morar aqui por muito tempo pra perceber que australiano adora apostas. As estatísticas são, de certo modo, assustadoras: 80% dos adultos australianos participam de algum tipo de aposta - é a maior taxa do mundo - e no país todo são apostados, por ano, cerca de 19 BILHÕES DE DÓLARES, dos quais DOZE são em caça-níqueis.
Histórias trágicas, como a da mãe de três filhos que tinha duas casas e um negócio próprio, perdeu tudo nos caça-níqueis, roubou 50 mil dólares pra continuar jogando e acabou pegando quatro anos de prisão, ou a do engenheiro de software que apostava escondido da esposa e perdeu um total de 100 mil dólares no decorrer de três anos de vício, até que a mulher descobriu e o abandonou, são, tristemente, bastante comuns por aqui. É uma questão cultural que se transformou em um problema social. Reza a lenda que os ingleses que colonizaram a Austrália vieram o caminho todo jogando e apostando em seus barcos. Não sei até que ponto é verdade, mas faz muito sentido.
Os caça-níqueis são o modo preferido de apostar dos ozzies, mas estão longe de ser o único. Qualquer evento esportivo (qualquer mesmo, de F1 a rugby, passando por críquete, futebol, atletismo e, principalmente, corrida de cavalos) é oportunidade pra apostar, e não fica só no mundo dos esportes. Final de reality show? Tem aposta rolando. Eleição nos EUA? Bora lá apostar. Mudança na taxa de juros agendada pra segunda-feira? Domingo é dia de tentar adivinhar qual vai ser a nova taxa pra, quem sabe, ganhar uns trocos com a aposta.
A esmagadora maioria dos pubs daqui têm, no mínimo, uma sala cheia de caça-níqueis. Esse é o nível "básico" - é raro encontrar um pub que não tenha a tal salinha. Outra coisa que rola muito é o Keno (site oficial AQUI), um jogo nacional em que você faz a aposta no bar e fica acompanhando em um monitor, normalmente pendurado na parede, os números sorteados nas próximas rodadas, que ocorrem a cada três minutos.
Partindo pros níveis mais "avançados", vários pubs são verdadeiros salões de jogos/apostas, com telões e monitores espalhados por todo canto, alguns transmitindo eventos ao vivo e outros mostrando estatísticas. Separei algumas fotos que tirei em um desses pubs pra postar por aqui (repare que eu disse UM desses pubs - todas as fotos abaixo são do MESMO PUB, o que mostra o quão grande é a área de apostas do estabelecimento):
Histórias trágicas, como a da mãe de três filhos que tinha duas casas e um negócio próprio, perdeu tudo nos caça-níqueis, roubou 50 mil dólares pra continuar jogando e acabou pegando quatro anos de prisão, ou a do engenheiro de software que apostava escondido da esposa e perdeu um total de 100 mil dólares no decorrer de três anos de vício, até que a mulher descobriu e o abandonou, são, tristemente, bastante comuns por aqui. É uma questão cultural que se transformou em um problema social. Reza a lenda que os ingleses que colonizaram a Austrália vieram o caminho todo jogando e apostando em seus barcos. Não sei até que ponto é verdade, mas faz muito sentido.
Sala de caça-níqueis de um pub |
Monitor de Keno |
Partindo pros níveis mais "avançados", vários pubs são verdadeiros salões de jogos/apostas, com telões e monitores espalhados por todo canto, alguns transmitindo eventos ao vivo e outros mostrando estatísticas. Separei algumas fotos que tirei em um desses pubs pra postar por aqui (repare que eu disse UM desses pubs - todas as fotos abaixo são do MESMO PUB, o que mostra o quão grande é a área de apostas do estabelecimento):
Como eu disse no título do post, chega a ser assustador. Quem gosta é o governo: cerca de 12% do dinheiro arrecadado pelos dois principais estados do país, NSW e VIC, onde ficam, respectivamente, Sydney e Melbourne, vem dos impostos sobre apostas.
Eu passo. O máximo que faço é dar uma brincadinha nas roletas do Star Sydney Casino de vez em quando (veja o post sobre o casino AQUI) e tá de bom tamanho. Não quero fazer parte das tristes estatísticas.
Eu passo. O máximo que faço é dar uma brincadinha nas roletas do Star Sydney Casino de vez em quando (veja o post sobre o casino AQUI) e tá de bom tamanho. Não quero fazer parte das tristes estatísticas.